De gémeos a génios num esfregar de lâmpada

ANÁLISE LITERÁRIA – Ficção Juvenil

Philippa e John são dois irmãos de Nova Iorque que, na altura em que nascem os dentes do siso (doze anos) descobrem, estupefactos, que, para além de gémeos, são também... génios. Génios daqueles de lâmpada, ou seja, têm o poder de satisfazer desejos a terceiros. A descoberta, contudo, não se revela muito pacífica e eles vão passar por um processo de aprendizagem que lhes muda por completo a vida.
Esta é a história base do primeiro volume da trilogia “Filhos da Lâmpada”, intitulado “A Aventura de Akhenaton”, brilhantemente imaginada e melhor escrita por P.B.Kerr, conhecido por Philip Kerr, autor de policiais como “O Tiro” ou “O Segundo Anjo”.
Os gémeos génios são, na realidade, descendentes de djins e vão de Nova Iorque para Londres passar uns tempos com o excêntrico Tio Nimrod para aprenderem a lidar com os novos poderes. Mas, o que seria uma mera fase de aprendizagem transforma-se, afinal, numa grande aventura, recheada de perigos, sustos, revelações e até assombrações.
Antes de descobrirem os seus poderes extraordinários, John e Philippa vivem alguns momentos bizarros, nomeadamente sonhos comuns ou coincidências incríveis. Sentem que algo se está a passar, mas não compreendem o fenómeno.
Em Londres, enquanto aprendem com o tio a desenvolver e compreender os poderes djim, constatam que vão ter de viajar para o Egipto, onde a caótica, mas fascinante, cidade do Cairo os aguarda. De repente, vêem-se envolvidos numa grande batalha entre tribos djins.
Tendo em conta que este é o primeiro livro de um trilogia, as 200 páginas iniciais são reservadas para a apresentação das personagens e do tipo de poderes em causa, ou seja, o modo de vida djim.
A aventura propriamente dita arranca então, colocando os gémeos e o tio numa grande batalha entre o Bem e o Mal, ou seja, entre as tribos boas e más de djins. Apesar das pessoas, no Mundo, não darem pela existência dos djins, é graças ao equilíbrio de forças que há entre estes que o nosso planeta vive em relativa harmonia.
Só que a descoberta da chave que vai abrir a porta ao ressurgimento de mais 70 djins no mundo faz com que se inicie uma nova luta pelo poder - quem os libertar ficará senhor deles e o destino do mundo está dependente do lado para que se voltarem.
Por isso Nimrod se envolve numa luta titânica com Iblis, o djin mais perverso do mundo, de modo a que este não se apodere dos djins em tempos aprisionados pelo faraó Akhenaton.
A luta, envolvendo poderes mágicos e terrenos, vai começar no Egipto, passando pelo Museu do Cairo e escavações arqueológicas, regressando a Londres, ao Museu Britânico, antes de se concluir no Pólo Norte.
Escrita de um modo simples, sem nunca perder a emoção, “A Aventura de Akhenaton” deve ser vivida com intensidade.
“A Aventura de Akhenaton”, editado pela Difel, tem 407 páginas e está à venda por 16 euros. Integra o Plano Nacional de Leitura (Ler+) como livro recomendado para o 6º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma e/ou a leitura com apoio do professor ou dos pais.

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