Coincidências ou talvez não...

ANÁLISE LITERÁRIA - Juvenil

«O Mistério do Quadro Desaparecido» é um livro temperado com aventura q.b. Personagens intrigantes, puzzles e códigos, pistas aparentemente desconexas, cartas enigmáticas, estranhos acontecimentos, misteriosas coincidências... ditam um enredo que se adivinha cativante para o público jovem.

Muito embora a tradução não mereça a melhor classificação e, por diversas vezes, comprometa o contexto correcto e o ritmo da leitura, no global, esta obra tem ingredientes capazes de prender a atenção do leitor. Uma maior dose de objectividade em detrimento de uma excessiva vertente fantasiosa, asseguraria, contudo, um maior envolvimento.

Calder Pillay e Petra Andalee são os "detectives" de serviço. Têm 12 anos e frequentam o 6º ano na Escola da Universidade de Chicago. Na sequência do roubo de um quadro de Vermeer, Calder e Petra envolvem-se num enredo perturbador. A narrativa vai deixando pistas essenciais para a resolução do mistério. Ao leitor "pede-se" atenção e perspicácia.

Refira-se, contudo, que não lhe assenta na perfeição o rótulo de "O Código da Vinci da literatura infanto-juvenil" – consideração tecida pela revista americana "Newsweek" e da qual a editora se serve para promover o livro. Ficção e “realidade” fundem-se com alguma perícia na busca de uma verdade: a resolução do misterioso desaparecimento. Porém, embora bem escrito, a coerência da fundamentação é, por vezes, frágil.

Escrito por Blue Balliett (nascida em Nova Iorque; formada em História da Arte pela Universidade de Brown) e com ilustrações de Brett Helquist (nascido em Gonado, Arizona; formado em Belas-Artes), este livro tem chancela da Editorial Presença e integra a colecção «Estrela do Mar». Tem 184 páginas. Está à venda por 8,08 euros.

Uma curiosa nota final para os potenciais leitores: no nome da autora, no nome da colecção e na palavra "desaparecido” há uma coincidência que pode ajudar a encontrar o padrão que desvenda o mistério... Boa leitura!

Essência, subtileza e vivacidade com… Elvis Presley

ANÁLISE LITERÁRIA


«Elvis», de Taï-Marc Le Thanh, é um álbum narrativo que recria, ficcionalmente, o percurso de Elvis Presley, particularmente a sua infância e juventude, dando conta da sua condição humilde, da relação com a família e com a região do Mississipi.
As ilustrações, com o traço singular e poético de Rébecca Dautremer, revelam o “Rei do Rock” num ambiente carregado de expressão e intensidade.

Os pais de Elvis eram muito pobres. Para celebrar o décimo aniversário do filho, o pai ofereceu-lhe uma guitarra. A primeira vez que tocou foi para consolar a mãe, que chorava. Compreendeu, então, o enorme poder da música. Numa noite em que actuava num bar, notou que uma jovem o escutava. O seu nome era Priscilla. Elvis teve vontade de escrever para ela a mais bela das canções de amor. Mas, acerca do amor ele nada sabia. Foi então que comprou um Cadillac rosa e partiu em busca de inspiração…

Um livro delicioso. Ao sabor do folhear, cada nova página motiva um profundo suspiro… como se o leitor se preparasse para absorver a sua essência, subtileza e vivacidade.

Taï-Marc Le Thanh é designer gráfico freelance desde 1995, nas áreas de imprensa, edição e multimédia. É também autor de literatura infantil e colabora regularmente com Rébecca Dautremer, com quem é casado. Vive em França.
Rébecca Dautremer formou-se em edição gráfica, função que conjuga com a ilustração. É uma das ilustradoras mais reconhecidas da actualidade. Destaque, também, para a sua recente incursão no mundo cinema de animação com o filme «Kerity – La Maison des Contes» (http://kerity-lefilm.com/site.php). O seu site oficial: http://www.rebeccadautremer.com/

«Elvis» tem chancela da Editora Educação Nacional. Trata-se de um livro de grande formato, com capa dura. Tem 42 páginas e está à venda por 20,09€.

Ubi Veritas

ALGUMA INSPIRAÇÃO

Postura de canino catando piedade
Canastra velha em telhado grisalho
Caracóis de Outono em espelho vincado
Xaile negro de exposto adeus
Mãos em concha amarelecida
Unhas pintadas de pó
Pó, tão breve

Salomé Castro in Ubi Veritas

Astrologia e numerologia para adolescentes

ANÁLISE LITERÁRIA - Juvenil

Se os traços de personalidade atribuídos a cada um dos doze signos podem ser identificados através de um guia astrológico, também os números podem ajudar a compreender melhor as capacidades de cada um. A teoria dos astros é defendida pelos autores Reina e Mike Reinstein. A argumentação a favor dos números cabe a Theresa Cheung.
Duas obras distintas que vão ao encontro dos anseios, dúvidas e expectativas típicas das adolescentes. As temáticas e respectivos sub-temas são apresentados de forma ligeira e com um grafismo apelativo e de fácil consulta.
«A Culpa não é Minha, é dos Astros!» (Editorial Presença), da colecção «Clube das Amigas», explica como cada pessoa, em função do seu signo, se comporta no amor, na amizade, na vida em família e até nas actividades escolares. Além disso, vinca a ideia de que o conhecimento dos signos de outras pessoas e correspondentes personalidades pode ajudar nos relacionamentos: Se souberes o signo daquele príncipe encantado que conheceste na semana passada, podes ficar a saber como ele é, quais os seus gostos e, ainda mais importante, o que ele mais aprecia numa rapariga!
«Fantástica Numerologia. Descobre o que os números revelam sobre ti!» (Editorial Estampa), da colecção «Fantástica», apresenta os números como códigos secretos capazes de revelar a verdadeira essência de cada um, as capacidades ocultas e até o futuro: A tua data de nascimento, o número da casa onde vives e mesmo o número do teu telemóvel – todos eles revelam histórias surpreendentes sobre ti! A numerologia pode dar-te a conhecer a tua verdadeira essência, as tuas capacidades ocultas e até o teu futuro, ajudando-te, ainda, a melhor compreender as pessoas que te rodeiam.
«A Culpa não é Minha, é dos Astros!» tem 188 páginas e está à venda por 7,07€. «Fantástica Numerologia. Descobre o que os números revelam sobre ti!” tem 128 páginas e custa 5,05€.