ANÁLISE LITERÁRIA - Contos
O mundo de Horacio Quiroga, mestre na narrativa curta, perdura nestes "Contos da selva". Um livro convidativo, reflexivo, comunicativo, que o autor escreveu para o seu filho no início do século XX.
O mundo de Horacio Quiroga, mestre na narrativa curta, perdura nestes "Contos da selva". Um livro convidativo, reflexivo, comunicativo, que o autor escreveu para o seu filho no início do século XX.
Doze fábulas, outras tantas lições - francas e intemporais. A linguagem simples de Quiroga corre sem freio, apenas domada pela desejável eficácia de comunicação. O autor vai muito além da mera lição de moral; aposta na aprendizagem de uma supra-amizade. A amizade enquanto recompensa é o fio que percorre todos os contos.
A imaginação salpica todo o discurso de Quiroga. Incisivo e até crítico, o autor acaba por deixar que os seus anseios pessoais transpareçam na ficção dos seus relatos. Também uma certa tristeza se percebe nos seus contos (talvez fruto da tríade amor/loucura/morte que caracterizou a sua vida).
Estes "Contos da Selva" não deixam, contudo, de ser uma excelente opção de leitura para os mais jovens.
Dois mundos distintos: a cidade e a selva; dois seres distintos: o homem e o animal. No mundo de Quiroga o Homem e a Natureza relacionam-se, todos falam a mesma língua, todos lutam pela sobrevivência e todos alcançam noções mais justas.
A sua obra, de qualidade literária incontestável, tem sido comparada à de Poe, Kipling, Maupassant e Tchekov. Quiroga prima pela capacidade criativa e técnica de condensar, num espaço narrativo relativamente curto, profundos temas existenciais.
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