Ubi Veritas

ALGUMA INSPIRAÇÃO

Fantasmas retomados, não como imagem exterior.
Como olhar para dentro de nós próprios:
o que guardamos do que fomos,
as opções que não tomámos no momento em que decidimos.
Proposta de desmultiplicação do corpo,
criando várias dimensões no tempo e espaço da realidade.
Motivações abstractas ou inconscientes dirigem o movimento,
definem dinâmicas, ritmos, qualidades, perspectivas, níveis...
O corpo dança com a alma.
Suporte dramático num estrato de consciência.
Ligação entre as imagens e os apontamentos suspeitos.
Mestiçagem de ícones estimulantes.
Transposição cénica ditada pela revisitação de uma memória.
Universo de sonhos, de referências que cada criador traz consigo.
Itinerário preso nos desdobramentos sucessivos da vida.
Destruição e reconstrução.
Abre-se a caixa de Pandora.
Teatro de visões varrido pelo imaginário.
Máquina de liberdade presa na dramaturgia.
Inesperadas janelas de revelação.
Espaços mentais inter-independentes,
resistência furiosa a uma qualquer linearidade cognitiva.
Sugestão do silêncio coreografado e encenado.
Fulgurante concretização de utopia:
rigorosa, feérica, labiríntica, inconclusiva.
Tempo para reaver o sentido e poder mágico da estrutura metafórica.
Teoria prática de um reportório expositivo
fragmentado em leituras cristalizadas.
Viagem que esboça uma história acidentada e com interesse filosófico.
Imagens repletas, saturadas de signos
como num qualquer delírio esquizóide.
Irrealidade do real.


Salomé Castro in Ubi Veritas

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