Cidade do Porto sob o ouro da Ilha do Chifre

ANÁLISE LITERÁRIA – Romance Juvenil

Rui e Ana – ou Iur e Réa – cumprem uma missão. Eles são os eleitos. O outro lado da cidade do Porto (aquele lado que é aqui e agora mas numa espécie de dimensão paralela) espera por eles. Urge resgatar a Ilha do Chifre de Ouro – pátria de anões, elfos, gnomos, duendes...
A acção desenrola-se a bom ritmo – as descrições motivam o leitor e, embora sejam o ingrediente dominante, são sabiamente travadas para renascer em parágrafos vindouros.
Um romance jovem com sabor a gelado: fresco, doce, ligeiro, saboroso. A escrita é acessível e muito próxima do universo actual dos jovens. Naturalmente, este romance tem particular interesse para aqueles que conhecem o Porto, dada a constante referência à cidade real.
"A Ilha do Chifre de Ouro", de Álvaro Magalhães, parece desvendar um sonho; um daqueles sonhos que recordamos ao acordar, daqueles que misturam, sem castração consciente, a realidade e a fantasia. Que forças maiores ditam aquela conjugação de factos e de ilusão? Não sabemos, mas a verdade é que esses sonhos, tão presos ao inconsciente, nos fascinam.
Aqui reside a força deste livro – com 223 páginas. "A Ilha do Chifre de Ouro" integra a colecção "Romance Jovem" das Edições ASA
– uma aposta que reúne alguns dos grandes nomes contemporâneos, portugueses e estrangeiros, da ficção destinada ao público jovem. Publicado originalmente em 1998, o título aqui em destaque (à venda por 13,50 euros) faz prova da qualidade e notoriedade do autor. A obra de Álvaro Magalhães, nascido no Porto em 1951, conta com mais de três dezenas de títulos e integra contos, poesia, narrativas juvenis e textos dramáticos. O autor foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores (APE) e pelo Ministério da Cultura.

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