Ubi Veritas

ALGUMA INSPIRAÇÃO
O vento sopra voraz. Os gigantes movem-se cadenciados. Sensação submersa em mar de angústias. Medo? Portentosos moinhos rodam suas pás. Adversários do cavaleiro andante. Ufanista, obstinado e louco. Loucura sã... heroísmo e candura. Estranho, solitário e vencido. Culpados, os gigantes do sistema. Patriotismo desmedido, perda da razão. Visionário que luta, que se ergue como um vulto na berma da estrada... quieto, sentado, incerto. Todos o conhecem. Todos o têm. Todos o sentem. Poucos o consentem. Puro medo: eu? Cavaleiro que luta contra moinhos de vento. Obstinado que persegue a vontade partilhada. A seu lado o fiel escudeiro, a realidade. O bom senso teima em não vir à tona. Gigantes modernos ditam uma mesma verdade. Novos tempos, novos rumos, idênticos sonhos. Visão utópica em busca de intenção real. Não à resignação. Sim à filosofia. Perigoso quando manipulado por mãos férreas. Dócil quando domado por mãos francas. Patriotismo desmedido e fé... muita fé. Resgatar sua perdida Dulcineia. Resgatar o amor, a vontade. Resgatar a essência, a verdade. Nos campos de batalhas, penetrar as páginas críticas com humor quase mordaz. Nobre herói visionário. Não, não perdeste a razão. Peregrino do ideal, empenhaste-te em mil pelejas. Não manchaste tua alma nobre e pura, enquanto a turba ultriz te apupava senil. Só tu... sonhador.

Salomé Castro in Ubi Veritas

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